Os últimos resultados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRA), divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Monte Alegre, trazem um alerta preocupante: houve um aumento significativo nos casos de infestação pelo mosquito transmissor da dengue. Segundo Nely Pimentel, coordenadora epidemiológica da secretaria, o número de focos encontrados aumentou, apesar da diminuição na procura por exames.
“Observamos uma queda na procura de pessoas com sintomas de dengue, mas ainda temos pacientes internados. Além disso, algumas localidades na zona rural apresentam um número elevado de casos suspeitos, os quais estão sendo investigados”, afirmou Nely.
Até o momento, Monte Alegre registrou 605 casos confirmados de dengue, com 17 casos classificados como graves e 1 caso de dengue grave. A secretaria de saúde municipal está realizando coletas para pesquisa de arbovírus, além de intensificar esforços para controlar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
O segundo LIRA deste ano revelou um índice de infestação predial de 10%, considerado alarmante pelas autoridades de saúde. “Pedimos à população que se engaje nessa luta, pois é uma batalha de todos. É crucial que cada indivíduo combata a proliferação do mosquito em sua residência, mantendo caixas d’água fechadas e quintais limpos”, ressaltou Nely Pimentel.
Comparando com os últimos cinco anos, os números atuais são particularmente preocupantes. Em 2023, foram registrados apenas 107 casos de dengue, enquanto em 2022 houve apenas dois casos. Em contraste, os dois primeiros meses de 2024 já acumulam mais de 600 notificações da doença. A gravidade da situação é evidenciada pela primeira morte confirmada por dengue no município este ano, um homem de 50 anos falecido em 9 de fevereiro. A SESPA está investigando outra morte suspeita de dengue na cidade.
Os bairros mais afetados incluem Terra Amarela, Serra Ocidental, Cidade Alta, Pajuçara, Curaxi, Centro e Planalto. Autoridades de saúde apelam à colaboração da comunidade para conter a propagação da doença, enfatizando a importância da prevenção e eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti.
DENGUE NO BRASIL
Em balanço apresentado nesta quarta-feira, 20, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou que o país se aproxima de 2 milhões de casos de dengue em 2024. Ela destacou que os três primeiros meses deste ano registram mais casos graves de dengue do que o mesmo período de 2023. “Estamos tendo muito mais casos graves que no ano anterior”, disse, ao lembrar que, até então, na série histórica, 2023 havia sido o ano com maior número de casos graves da doença.
O Brasil já registrou, desde 1º de janeiro, 1.937.651 casos de dengue, sendo 16.494 casos de dengue grave ou com sinais de alerta. O coeficiente de incidência da doença no país, neste momento, é de 954,2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Há ainda 630 mortes confirmadas por dengue e 1.009 em investigação.
Emergência
Atualmente, 11 unidades federativas já decretaram situação de emergência em saúde pública por causa da dengue: Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Há ainda 350 decretos municipais, sendo 178 em Minas Gerais.
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