Homenagem às Mulheres Negras em Oriximiná: Celebrando a Luta Contra a Opressão de Gênero e Raça

- -

Ontem quarta-feira, 26 de julho, o município de Oriximiná prestou uma significativa homenagem às mulheres negras em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, bem como ao Dia Nacional Tereza Benguela. O evento, promovido pela Prefeitura de Oriximiná, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, Coordenadoria da Mulher e Gabiente Rosa, destacou a importância dessas mulheres na sociedade e celebrou suas lutas e conquistas.

O Salão Paroquial de Santo Antônio foi o palco escolhido para as atividades, que contaram com a participação das equipes da Secretaria Municipal de Educação e de Saúde. Durante a programação, uma palestra enfocou a relevância e a evolução da mulher negra na sociedade, destacando os espaços que elas têm ocupado, bem como os desafios que ainda enfrentam.

Além disso, o evento foi abrilhantado por apresentações de dança e música, com destaque para a canção quilombola apresentada por Adriene, Dilena e Leidiane. A memória e a luta das mulheres negras pelo movimento social em Oriximiná também foram lembradas e resgatadas por meio da participação da Professora Irene Pinheiro, da Comunidade Boa Vista Cuminã e da Associação das Remanescentes Quilombolas de Oriximiná (ARQMO).

A data escolhida para essa homenagem, 25 de julho, foi instituída em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de uma iniciativa de um encontro de mulheres negras realizado em Santo Domingo, República Dominicana. O objetivo é homenagear a luta contra a opressão de gênero e raça e promover o reconhecimento das contribuições das mulheres negras para a sociedade.

Da mesma forma, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra foi criado no Brasil pela Lei 12.897/2014, com o intuito de marcar a luta contra o racismo e pela criação de oportunidades. Tereza de Benguela, uma revolucionária brasileira, viveu no século XVIII e foi líder do Quilombo do Piolho, localizado na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.

No Quilombo, formado por negros e indígenas, ela foi conhecida como “Rainha Tereza” e assumiu o comando após o assassinato de seu companheiro, José Piolho, pelas forças do Estado. Sob sua liderança, o Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças do governador da Província de Mato Grosso, Luís Pinto Coutinho. Tereza de Benguela liderou a estrutura política, administrativa e econômica do quilombo até a sua morte, que ocorreu por volta de 1770, quando foi capturada por bandeirantes a mando da capitania. Sua cabeça teria sido exposta no centro do Quilombo.

O evento em Oriximiná, além de celebrar as conquistas das mulheres negras, também chamou a atenção para as profundas desigualdades enfrentadas por essa população no Brasil e em toda a América Latina. Apesar de constituírem a maioria no país, com 54% da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras ainda enfrentam condições desfavoráveis, como demonstra o Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA), que aponta que mulheres brancas recebem 70% a mais de remuneração do que as mulheres negras.

O evento foi uma oportunidade de refletir sobre a importância de promover a igualdade de gênero e a valorização das mulheres negras na sociedade, reconhecendo suas contribuições históricas e sua resistência diante de desafios e adversidades. A homenagem prestada em Oriximiná é mais uma etapa nessa trajetória de reconhecimento e valorização da diversidade e da igualdade racial e de gênero em nosso país.

FALE CONOSCO

93 – 98106-4256

Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Tribuna da Calha Norte