A viagem partiu do porto de Santana-AP com destino a Santarém-PA. No rio Amazonas já no município de Almeirim-PA, próximo a foz do rio Jari, naquela madrugada o navio virou após parar para abastecer com combustível clandestino.
O inquérito policial sobre o naufrágiofeito pela Polícia Civil e encaminhada à esfera federal à pedido do MPF, foi concluída indiciando 6 pessoas. Todos eles aguardam em liberdade o progresso do caso.
Comandante da embarcação, por homicídio doloso, considerando que estava ciente dos riscos e, mesmo assim, seguiu a viagem;
Dois militares da Marinha, por homicídio doloso. Não realizaram as fiscalizações de rotina, ignorando os riscos;
Um despachante do porto, por falsidade ideológica; Um tripulante, por falso testemunho; O dono do navio, por crime contra a ordem econômica.
A embarcação tinha capacidade máxima de 100 toneladas, mas no dia do naufrágio, transportava cerca de 175 toneladas. Das 100 toneladas de carga padrão, 89 deveriam viajar no porão e 11 no convés. Com quase 175 toneladas, a maioria estava no convés.
A Polícia Civil do Amapá e a Marinha concluíram que a causa determinante para o naufrágio do Anna Karoline III foi sobrepeso de cargas. Fez uma parada no leito do rio e uma ventania virou a embarcação.
A rota feita pela embarcação não era autorizada pela Capitania dos Portos; O despachante do porto emitiu documento com informações falsas sobre a carga; Militares da Marinha não passaram mais de 5 minutos fiscalizando o navio; A embarcação fez um abastecimento irregular no meio do rio;
O comandante alugou o navio Anna Karoline III em 2019 para salvar uma dívida milionária, contraída quando uma outra embarcação alugada, o Ferry Boat São Francisco de Assis, incendiou na margem do rio Amazonas, município de Santarém-PA.
Inquérito policial aponta que “Tudo leva a crer, que devido a essas dívidas, colocou o responsável colocou todas essas mercadorias por ganância, que resultou, infelizmente, na morte de 42 pessoas”, afirmou o delegado.
O Governo do Amapá pagou as despesas para retirar a embarcação do fundo do rio Amazonas, e entregou para o proprietário como fiel depositário. A finalidade era encontrar todos os corpos desaparecidos.
O navio foi levado para a cidade de Santarém-PA, e entregue ao proprietário Erlon Rocha, onde passou por várias vistorias, sendo encontrado e um dos cômodos os restos mortais de uma criança.
O navio está atualmente em um estaleiro de Santarém passando por uma reforma completa. Voltará a navegar com design totalmente diferente.