Desmatamento na Amazônia em 2023 registra terceiro pior quadrimestre em 16 anos

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Dados do Imazon revelam que mesmo com redução, áreas desmatadas nos primeiros quatro meses do ano ainda são preocupantes

O desmatamento na Amazônia apresentou uma queda de 36% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, esses números não foram suficientes para tirar 2023 do pódio das maiores áreas desmatadas nos primeiros quatro meses em 16 anos, de acordo com o monitoramento por satélites do Imazon.

De janeiro a abril deste ano, a destruição acumulada alcançou 1.203 km², sendo o terceiro maior valor desde 2008, quando a medição começou a ser realizada. Apenas os primeiros quadrimestres de 2021 e 2022 registraram números mais elevados, com um aumento significativo da devastação na região.

No mês de abril, a redução no desmatamento foi de 72%, passando de 1.197 km² em 2022 para 336 km² em 2023. Essa diminuição precisa se manter durante o “verão amazônico”, período de seca na região que geralmente apresenta um aumento na derrubada de árvores.

Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, ressalta que a redução observada em abril é positiva, porém a área desmatada ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês. Isso indica a necessidade de implementar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, com foco nas florestas públicas sem uso definido e nas áreas protegidas, especialmente com a chegada do verão amazônico, quando historicamente ocorre o aumento do desmatamento.

Apesar da redução no desmatamento, os estados de Mato Grosso, Amazonas e Pará continuam liderando as estatísticas de áreas desmatadas na Amazônia. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400 km² de floresta, o Amazonas 272 km² e o Pará 258 km², representando 33%, 23% e 21% do total na região. Juntos, esses estados foram responsáveis por 77% da destruição florestal no primeiro quadrimestre de 2023.

No mês de abril, o Amazonas foi o estado com maior destruição, atingindo 92 km². Dessas áreas, 77 km² (84%) foram desmatados em apenas cinco municípios da região sul: Canutama, Lábrea, Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã. Além disso, a Terra Indígena mais desmatada da Amazônia em abril foi a Tenharim Marmelos (Gleba B), localizada nos municípios de Humaitá e Manicoré.

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