Banco Juruti Sustentável conclui fase importante para liberação de crédito

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O banco investirá especialmente nos micros e pequenos negócios do município de Juruti, no Oeste do Pará.

Italo Brum

O Banco Juruti Sustentável (Banjus) é um banco comunitário de microcrédito assistido e reembolsável que visa levar acesso a financiamentos personalizados para pequenos empreendedores de Juruti. Em abril foi realizado as visitas de análise técnica da instituição financeira nos empreendimentos selecionados no último edital, percebeu-se que alguns projetos apresentados necessitarão de capital inferior ao desejado. As análises técnicas de viabilidade econômica ocorreram in loco entre os últimos dias 12 e 19. Um dos critérios na concessão do benefício é que ele não comprometa 30% da renda mensal da família, para que, assim, ela possa cumprir o contrato com mais tranquilidade e segurança. O objetivo das visitas foi fazer uma análise de viabilidade técnica e econômica das propostas.

De forma inédita, o programa de microcrédito produtivo conta com o aporte financeiro da Alcoa Foundation e investirá especialmente nos micros e pequenos negócios do município de Juruti, no Oeste do Pará.

Para o Banjus, conhecer o cliente e suas necessidades são essenciais para a avaliação de uma proposta e para a liberação do financiamento. Isso foi percebido por Auvenise Ferreira durante a visita da equipe técnica. “Recebi a visita para fazer uma análise do meu negócio e pude perceber que o que eu descrevi na minha relação do projeto ia ficar um pouco acima do meu potencial para fazer o pagamento. Na análise, eu pude reduzir mais para ter condições de pagar as parcelas. Fizemos a análise e ficou um valor acessível para mim”, comenta.

Passadas a fase de análises técnicas de viabilidade econômica, o próximo passo é formalizar os contratos e a capacitação dos clientes do banco. A liberação dos recursos será uma etapa seguinte. Os valores oscilarão entre R$ 3 mil e R$ 21 mil por projeto. Os empreendimentos selecionados estão nas regiões do Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Curumucuri, Planalto Mamuru, Juruti Velho e sede da cidade. Algumas dessas regiões são distantes da sede da e de difícil acesso. Para chegar a esses territórios, a equipe técnica do banco superou desafios logísticos por áreas de planalto e rios para visitar todos os proponentes de propostas em um total de oito das.

Segundo Carlos Janor, agente de crédito do Banjus, os projetos selecionados têm impactos sociais relevantes, dentro do que o banco espera. “Fiquei bastante entusiasmado com os projetos que foram selecionados. A gente percebe que o Banjus está cumprindo seu papel econômico e social e ambiental de desenvolvimento da nossa cidade. Então, estamos bastante otimistas com os empreendimentos selecionados e vamos trabalhar para abranger um número maior de pessoas e empreendimentos, visando o desenvolvimento socioeconômico do nosso município”, argumenta.

Linhas de crédito

O objetivo do Banjus é ser uma ferramenta financeira, de caráter reembolsável, para capacitar e financiar projetos nas linhas de microcrédito, fomentando o desenvolvimento socioeconômico em Juruti. Desta forma, o edital ofereceu duas linhas de crédito: Capital de Giro, para compra de insumos, matéria-prima e produtos acabados; e Investimento Fixo ou Misto, para aquisição de máquinas, utensílios e equipamentos, mais capital de giro.

Pessoas físicas e jurídicas, cooperativas, associações produtivas, pequenos empreendedores locais e trabalhadores autônomos informais, microempreendedores individuais (MEI) e agricultores familiares que desenvolvem negócios em qualquer ramo da atividade econômica poderiam ser beneficiários pelo edital, que contou com 349 projetos enviados de todas as regiões de Juruti.

A análise e a seleção dos projetos observaram critérios técnicos nas áreas de desenvolvimento sustentável, controle e gestão do negócio, capacidade de pagamento, tecnologia social, período de existência da atividade, diversidade de público beneficiado pelo projeto entre outros.

A expectativa do Banjus era destinar o microcrédito aos segmentos de produção, artesanato, turismo, comércio e serviços, inclusive empreendedores solidários, negócios de impacto, empreendedorismo social, turístico e cultural, no meio urbano e rural. O edital também foi especialmente dedicado a atender empreendedores e empreendedoras com casos de sucesso de projetos já apoiados pelo IJUS, como Juruti-Up, de empreendedorismo juvenil; Dona’s, de mulheres empreendedoras; e o grupo Formar Gestão, atendido no projeto Ingá.

Sobre o Banjus

O Banco Juruti Sustentável (Banjus) é um “braço” do Fundo Juruti Sustentável (FUNJUS), que integra o Instituto Juruti Sustentável (IJUS). O Banco Comunitário tem o objetivo de socializar o acesso ao microcrédito reembolsável para estimular o desenvolvimento do empreendedorismo, negócios sustentáveis na cidade e comunidades de Juruti. É uma parceria entre o IJUS e a Alcoa Foundation, o banco visa o desenvolvimento local e não o lucro, democratizando crédito para empreendimentos sociais e pessoas físicas que não possuem acesso aos bancos tradicionais.

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