Produtores rurais trocam experiências com acadêmicos sobre manejo de açaí em Juruti

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A aula em campo, em contato direto com o objeto de estudo, é um recurso didático que pode facilitar a aprendizagem em um processo de construção participativa, com trocas de conhecimentos e experiências. Esse entendimento foi colocado em prática pelo Projeto Ingá, que no dia 26 de setembro (segunda-feira), realizou em Juruti a Oficina de Manejo de Açaizais, integrando produtores rurais, alunos e professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

A oficina trabalhou o manejo florestal não madeireiro, com maior destaque para o manejo do açaí, o enriquecimento de capoeiras, a irrigação, a recuperação de matas ciliares e a importância do solo e de sistemas agroflorestais. De acordo com Michel Rios Arévalo, professor doutor em Fitotecnia na UFOPA, a oficina de manejo reuniu estudantes de Agronomia para conhecerem áreas de cultivo, amparados por uma equipe técnica do Projeto Ingá, o que possibilitou uma troca de experiências mais efetiva. “Muitas vezes, na sala de aula, vemos a questão teórica, mas, aqui, pudemos vivenciar a questão prática”, disse o educador.

Nesse ambiente de diálogo, o grupo discutiu sobre como potencializar o trabalho dos produtores , observando o que pode ser feito em conjunto para um maior aproveitamento no cultivo. Também foi destacada a importância do açaí, não apenas como o alimento familiar, mas também pelo potencial de crescimento econômico. Com isso, os estudantes aprofundaram o conhecimento sobre nutrição do solo, melhoramento genético das variedades do açaí, limpeza das touceiras, poda, espaçamento no plantio e a importância da luz para o desenvolvimento das plantas.

No fomento dessas práticas junto aos produtores, o Projeto Ingá está trabalhando em viveiros de mudas de açaí, melhoradas geneticamente pela Embrapa para enriquecimento das áreas de sistemas agroflorestais (SAFs) e objetivando o desenvolvimento socioeconômico. “Com conhecimento, estudo e com essa experiência de aproximar nós agricultores com os professores do projeto, adquirimos coragem e fortalecemos nossa vontade de continuar no trabalho, acreditando que isso vai surtir efeito positivo para todos nós”, enfatizou Lúcio Morais, da Comunidade Esperança, agricultor do Projeto Ingá.

Análise de solo – Na prática, os participantes puderam entender e compreender a importância da espécie que está sendo trabalhada e qual a necessidade nutricional que o solo precisa para o desenvolvimento da cultura. A análise de solo é um diagnóstico de fertilidade, identificando os tipos de macros e micros nutrientes que o solo necessita, assim, permitindo uma recomendação para adubação.

Dessa forma, a oficina destacou as possibilidades para adubação orgânica com matéria de origem vegetal ou animal já existentes nas propriedades, trazendo enriquecimento para as áreas de plantio. Para a qualidade na produção, o Projeto Ingá realizou a análise de solo de produtores e fez a recomendação técnica, identificando a necessidade nutricional de cada área.

Segundo Sandro Abreu, engenheiro agrônomo, professor e consultor do Instituto Vitória Régia (IVR), a oficina é de suma importância para o Projeto Ingá, pois trata de construção participativa junto com os produtores e traz muita esperança. “Estamos tratando de uma potencialidade que já existe e propomos a organização dos espaços produtivos através do manejo de açaizais. É uma possibilidade para eles (produtores) reconhecerem dentro das suas propriedades uma área que possa gerar renda de maneira racional e sustentável através de técnicas simples e adaptáveis. O retorno deles está sendo bem interessante”, avalia.

Fernanda Rego Silveira, participante e estudante do curso de Agronomia do campus de Juruti, destacou que na oficina ela pôde vivenciar de forma prática todos os ensinamentos que os professores transmitiram até o momento. “Estamos estudando sobre sistemas agroflorestais e foi uma surpresa muito grande saber que em Juruti podemos vivenciar na prática esses sistemas. Por meio do Projeto Ingá, posso ver que várias famílias serão ajudadas na forma de renda e no aspecto social”, observou a discente.

Fonte: IJUS

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