O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, a presença da praga conhecida como Vassoura-de-Bruxa da Mandioca no estado do Pará. O foco foi identificado na Aldeia Bona, localizada na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque, no município de Almeirim, Oeste do Pará, próximo à fronteira com o Suriname.
A confirmação veio após análise de amostras vegetais coletadas no fim de abril por técnicos de defesa agropecuária. As amostras foram enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiás, que atestou a presença do fungo Ceratobasidium theobromae (sinônimo Rhizoctonia theobromae), responsável pela praga.
Considerada uma praga quarentenária presente — ou seja, sob controle sanitário por seu potencial destrutivo — a Vassoura-de-Bruxa da Mandioca não oferece riscos à saúde humana, mas pode causar sérios prejuízos à agricultura, especialmente para comunidades tradicionais e indígenas que têm na mandioca a base de sua alimentação.
Segundo o Mapa, a doença provoca deformações nos ramos da planta, seca, nanismo, brotação excessiva de ramos frágeis, amarelecimento das folhas e, em casos graves, a morte da planta. O aspecto ressecado das hastes afetadas lembra o formato de uma vassoura, o que dá nome à doença.
A transmissão ocorre principalmente por meio de mudas contaminadas, ferramentas agrícolas infectadas, solo e até água. O ministério informou que o foco registrado está em uma área remota e de difícil acesso, o que, por ora, reduz o risco de dispersão em grande escala.
Apesar da gravidade do caso, o Mapa tranquiliza produtores informando que não há registro da praga em áreas comerciais. A localidade afetada pertence a comunidades indígenas administradas pelo estado do Amapá e só pode ser acessada por voos fretados.
A praga foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2024, no município de Oiapoque, também em terras indígenas. Desde então, ações de contenção vêm sendo reforçadas pelos órgãos responsáveis.
No Pará, a Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) já havia publicado, em fevereiro, uma portaria com medidas preventivas. Dentre elas, está a proibição da entrada de plantas hospedeiras oriundas de áreas contaminadas. O trânsito interestadual de produtos vegetais deve ser acompanhado por documentos como o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), além de declaração adicional garantindo a ausência da praga.
A Adepará também alerta para que técnicos e produtores rurais comuniquem imediatamente qualquer sinal da doença. Fiscais agropecuários estão autorizados a interceptar, apreender e autuar cargas que não cumpram as exigências legais.
Com o registro em Almeirim, o Pará se junta ao Amapá como estados em alerta para a nova ameaça fitossanitária. O monitoramento continuará em caráter prioritário.
Medidas de prevenção em vigor
Produtores e comerciantes devem ficar atentos às regras:
O Mapa pede que qualquer suspeita da praga seja comunicada imediatamente às autoridades. Enquanto isso, técnicos monitoram a região para evitar que a doença atinja outras lavouras no Pará, estado que já enfrentou surtos semelhantes no Amapá em 2024.
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