O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou, por 5 votos a 2, o mandato do senador Beto Faro (PT-PA), em decisão tomada na segunda-feira, 19. A maioria dos juízes acompanhou o voto do relator, Marcus Alan Gomes, que apresentou provas consideradas contundentes sobre supostas irregularidades na campanha eleitoral do parlamentar. A defesa do petista já anunciou recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O processo apontou práticas como compra de votos, coerção de eleitores, corrupção e uso indevido de recursos financeiros, com envolvimento direto da empresa Kapa Capital. Segundo o relator, o esquema não se limitava a um grupo isolado, mas abrangia uma ampla articulação, com participantes organizados por setores.
“O caso revela uma estrutura enraizada e bem coordenada, com desvios espalhados por diversos contratos terceirizados gerenciados pela Kapa Capital”, afirmou o juiz Marcus Alan Gomes. Ele destacou ainda que as recompensas financeiras eram oferecidas de forma planejada, dificultando a resistência à troca de apoio político por benefícios.
Defesa anuncia recurso e mantém otimismo
Em nota, o PT e Beto Faro afirmaram que receberam a decisão “com serenidade, embora dela discordem”, e reafirmaram a intenção de recorrer ao TSE. “A verdade será reconhecida, e a inocência do senador, plenamente comprovada”, diz o texto.
A decisão do TRE-PA não tem efeito imediato, e Faro continua no exercício do mandato. “Com a consciência tranquila e o compromisso de sempre, o senador seguirá firme na defesa da democracia”, completou a nota.
O caso deve seguir em tramitação no TSE, enquanto a oposição no Pará pressiona por uma definição rápida sobre o futuro da vaga no Senado. Especialistas em direito eleitoral avaliam que o processo pode se estender por meses, dependendo da análise das provas apresentadas.
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