Onça mata e come parte de um filhote de égua no município de Monte Alegre

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Ataque de felino silvestre em área rural reacende debate sobre convivência entre animais selvagens e criação doméstica

Da Redação

 

Um filhote de égua foi morto por uma onça na comunidade de Andirobal do Piafu, zona rural de Monte Alegre, no Oeste do Pará. O ataque, ocorrido na última quinta-feira (01), deixou marcas de violência: o felino devorou parte da cabeça, pescoço e coração do potro, que foi encontrado escondido em um cerrado pelo proprietário da fazenda.

O animal pertencia à Fazenda 3M, de propriedade da família Murieta. De acordo com Afonso Murieta, dono da propriedade, pegadas de onças são frequentemente avistadas na região, indicando a presença constante do predador. Afonso relata que quando chegou na quarta-feira, a égua estava inquieta, rincha e procurando o filhote. Foi  atrás e encontrou o potrinho já sem vida, parcialmente consumido.

Risco para a comunidade

A fazenda onde ocorreu o ataque fica próxima a uma escola, onde crianças costumam caminhar a pé. O incidente gerou preocupação entre os moradores, que temem novos ataques, principalmente em áreas de mata próxima a habitações e criações de animais.

Especialistas em vida silvestre alertam que a redução do habitat natural da onça-pintada, devido ao avanço do desmatamento e da pecuária, tem aumentado os encontros entre animais selvagens e rebanhos domésticos. A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMAS) destacou a necessidade de medidas que equilibrem a preservação da espécie – ameaçada de extinção – com a segurança de animais de criação e comunidades rurais.

Monitoramento e prevenção

Os produtores rurais estão em alerta, principalmente por conta da subida dos gados para a região de terra firme, por conta da cheia dos rios. Entre as recomendações estão o reforço de cercas, implementação de cerca elétrica, iluminação noturna e monitoramento de áreas de mata próximas a pastos.

A SEMAS informou que irá avaliar o caso e orientar os moradores sobre formas de evitar conflitos, sem que seja necessária a caça ou remoção do animal.

Enquanto isso, a comunidade local segue apreensiva, esperando que medidas sejam tomadas para evitar novas perdas.

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