O antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio, professor da Universidade de Indiana (EUA) e pesquisador associado da Unicamp, recebeu na quinta-feira (10) o Prêmio Tyler 2025, considerado o “Nobel do Meio Ambiente”. A honraria, compartilhada com a ecologista argentina Sandra Díaz, reconhece 35 anos de pesquisas sobre a relação entre comunidades tradicionais e conservação na Amazônia.
Um Brasileiro na Elite Ambiental Mundial
Brondízio é o primeiro pesquisador sul-americano a receber o prêmio, criado em 1973. Em entrevista exclusiva, ele destacou a COP30 – que ocorrerá em Belém (PA) em novembro – como “última chance para acordos climáticos efetivos”:
— “Os impactos estão inegáveis. A Amazônia é um espelho da crise global: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e desigualdades se reforçam mutuamente”, alertou.
Amazônia Sob Pressão: Ilhas de Conservação em Mar de Ameaças
O pesquisador detalhou os desafios da região:
Soluções na Sociobioeconomia
Brondízio defendeu a valorização da sociobioeconomia – atividades sustentáveis baseadas no conhecimento tradicional – como saída para a região:
— “É uma economia gigante, porém invisível: castanhas, óleos vegetais e manejo florestal geram renda e conservam a floresta”.
COP30: O Momento Decisivo
Com a conferência climática da ONU no Pará, o antropólogo vê uma oportunidade:
O Papel da Nova Geração
O premiado destacou o protagonismo de jovens indígenas e ribeirinhos:
— “Eles precisam de educação contextualizada, acesso a tecnologia e, acima de tudo, orgulho de seu papel na construção de um futuro sustentável”.
SAIBA MAIS
O que é o Prêmio Tyler?
Criado pelos filantropos John e Alice Tyler, reconhece contribuições científicas para o meio ambiente. Já premiou nomes como Jane Goodall.
Fontes: Agência Brasil, IBGE, Unicamp
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