O distrito de Monte Dourado em Almeirim, está em grande movimento neste final de semana com um clima de alvoroço e otimismo, à medida que a população se prepara para a retomada parcial das atividades na Jari Florestal, programada para amanhã, segunda-feira, dia 21. A notícia traz alívio para a região do Vale do Jari, onde a empresa é um pilar importante da economia.
Há um ano, a fábrica da Jari Florestal encontra-se silenciosa, prejudicada por atos de vandalismo e saques que deixaram a infraestrutura danificada. As dificuldades foram particularmente sentidas nas três caldeiras e no tubo gerador do parque industrial. No entanto, um raio de esperança surge com a anunciada retomada das operações para a realização da manutenção necessária.
Segundo informações vindas diretamente do Vale do Jari, espera-se que as equipes de manutenção trabalhem intensamente nas próximas duas ou três semanas, visando a recuperação das caldeiras e do tubo gerador, fundamentais para a produção de celulose. A diretoria da empresa acredita que, uma vez concluídas as tarefas de manutenção, os trabalhadores responsáveis pelo plantio e derrubada de árvores, bem como os operadores das caldeiras e do tubo gerador, serão convocados para reiniciar a produção.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose dos Estados do Pará e Amapá (Sintracel), Ivanildo Quaresma Uchoa, compartilhou suas perspectivas sobre o tempo necessário para essa etapa crucial: “É difícil prever o tempo para essa manutenção. Vai depender do estado em que a fábrica se encontra; as caldeiras têm centenas de equipamentos, mas tomara que isso ocorra mesmo em duas ou três semanas”, expressou Uchoa.
A preocupação com os salários em atraso dos funcionários também está no centro das atenções. A Jari Florestal emitiu uma nota convocando os trabalhadores que enfrentaram oito meses de atraso salarial. Muitos já tomaram a difícil decisão de sair da empresa, enquanto outros foram dispensados. Em um esforço para remediar a situação, a empresa iniciou o pagamento atrasado referente à parte de junho e todo julho, anunciando uma nova política de pagamento mais frequente – a retribuição pelo trabalho será realizada três vezes ao mês, a cada dez dias.
Quanto aos oito meses de salários pendentes, Ivanildo Quaresma Uchoa, representante do sindicato, destacou que ainda há impasses. No entanto, uma potencial solução parece estar no horizonte: “Agora recebemos a informação de que o pagamento de todo o atrasado poderá ser feito de uma só parcela, dependendo de aprovação da assembleia de credores da Jari Florestal”, revelou o sindicalista.
A retomada parcial das operações na Jari Florestal traz um sopro de otimismo para Monte Dourado e dos municípios amapaenses de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, promovendo a esperança de uma reviravolta positiva para a economia local e a vida dos trabalhadores afetados.
Fotos – Diário do Amapá
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