José M. Piteira
Um El Niño antecipado já está oficialmente formado. Deve ser forte, bagunçar o clima em todo o mundo e dar a uma Terra já em aquecimento um pouco mais de calor, segundo anunciaram meteorologistas na quinta-feira, 8. A Administração Nacional de Atmosferas e Oceanos (NOAA, na sigla em inglês) lançou um alerta nesta manhã anunciando a formação do fenômeno climático. E ele deve ser levemente diferente dos anteriores.
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, o que acaba tendo influência no clima mundial, com impactos na temporada de furacões no Atlântico e de ciclones no Pacífico. Pelos próximos meses, durante o inverno, o El Niño deve ser sentido mais fortemente no hemisfério sul.
Entre os países mais atingidos estão Brasil, Colômbia e Venezuela, com previsões de secas intensas, bem como Índia e Indonésia. Com o fenômeno, a Amazônia ficará ainda mais quente e mais seca do que ela já está por causa das mudanças climáticas, ou seja: ele terá um efeito mais forte sobre a região, porque está agindo em cima de uma floresta que já está modificada em termos de clima.
Efeitos na Amazônia
Além de todos os efeitos possíveis que já foram levantados com relação ao fenômeno El Niño, sejam eles positivos ou negativos, um é bastante preocupante e é esperado aqui no Brasil. Com as temperaturas elevadas e a transição efetiva da neutralidade climática para o El Niño, há indícios de uma devastação na Amazônia por consequência da redução expressiva das chuvas e o aumento dos incêndios, o que pode devastar a floresta tropical.
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