Evaldo Júnior
O Governo do Estado decretou situação de emergência no município de Oriximiná, com mais de 80 mil habitantes, por conta das fortes chuvas que atingem a cidade e vêm causando transtornos.
O documento oficial foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) de terca-feira (21). O pedido foi feito pela Prefeitura Municipal e homologado ainda na noite desta terça. De acordo com dados do Sistema Hidro – Telemetria (Rede de Hidrometeorologia Nacional), Mapa de Estações do CPRM-ANA, desde o dia 01 de janeiro deste ano, o rigoroso inverno amazônico vem afetando áreas na região central de Oriximiná.
O decreto da Prefeitura aponta que “por se tratar de um município com topografia bastante acidentada, composta de aclives e declives, todos habitados e sem um sistema de drenagem eficiente, o que propicia o acumulo de água nas partes mais altas, fazendo com que esses caudais ao se movimentarem, de acordo com a inclinação do terreno, provoquem o surgimento de enxurradas bruscas, intensas e violentas que atingem as áreas urbanas mais baixas, de forma bastante degradante onde vários logradouros públicos e algumas residenciais de vários bairros sofreram grandes danos e causaram medo e destruição por onde passaram”.
Segundo o coronel Jayme Benjó, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, o documento oficial irá agilizar assistência às famílias atingidas e garantirá a reconstrução emergencial nas áreas atingidas.
“A partir das suas secretarias, poderá atuar intensivamente. A Secretaria de Transportes já está em deslocamento para o município. Os engenheiros especialistas irão trabalhar em cima de um projeto para a drenagem desta natureza, que envolve um processo erosivo de grandes dimensões. A Secretaria de Assistência Social, Emprego e Renda já pode atuar com os benefícios eventuais às vítimas. A Defesa Civil do Estado pode atuar com itens de ajuda humanitária, se for o caso de famílias que tenham perdido seu imóvel, o que ainda não é o caso. Juntamente com isso, temos também o trabalho do Sistema de Segurança Pública, fundamental nesta logística, por meio do Graesp, bem como a atuação da Polícia Militar, de forma integrada. Logo, o decreto tem esse papel, de criar a situação jurídica que permite ao Governo do Estado atuar com uma resposta emergencial. Também para que possa fazer as contratações de serviços ou empresas de engenharia para iniciar o trabalho de drenagem nesses locais atingidos”, disse o coronel.
O Governo Estado, em outra iniciativa, criou uma “Sala de Situação” para gerenciar a força-tarefa que está no município, nesta terça-feira (21). O local, que funciona no prédio da Secretaria Municipal de Educação, integra órgãos que compõem a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), a Secretaria Regional de Governo, a Secretaria Estadual de Transporte (Setran) e a Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), além da Prefeitura Municipal. Nesta quarta-feira (22) estarão chegando engenheiros da Setran e técnicos do serviço Geológico do Brasil (CPRM), que irão fazer análise de solo em todos os locais atingidos pelas enxurradas.
Na tarde desta terça-feira (21), 33 pessoas, sendo 10 idosos e 03 crianças, precisaram desocupar suas residências preventivamente. Os imóveis estavam localizados próximo a um dos pontos mais críticos, no bairro Novo Horizonte. Uma cratera se abriu por meio de um boçoroca, uma espécie de erosão mais acentuada, comum em terreno arenoso. Das oito famílias, sete foram para casas alugadas pela prefeitura e uma família foi abrigada por parentes.
Vistorias – Nesta manhã de terça-feira (21), a comitiva do governo visitou os três pontos considerados críticos até o momento. No bairro residencial “Tia Ana”, a concretagem da rua Antônio Macaxeira não suportou a força das águas durante a madrugada de hoje. O local foi interditado pela Defesa Civil por medida de segurança. Não houve vítimas e uma casa que fica às margens da via passará por vistoria. No bairro Novo Horizonte, uma obra de galeria pluvial não suportou o grande fluxo hídrico e foi arrastada pelas águas. Não houve vítimas, apenas danos estruturais. No bairro Penta II, a enxurrada abriu uma nova rota de escoamento no meio da décima oitava Rua, impossibilitando a passagem de veículos e pedestres.
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