Rosa Cardoso
Auditores fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) finalizaram na terça-feira, 28, em Belém, a auditoria nas ações do Programa de Erradicação da Mosca da Carambola executado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). O objetivo é verificar a situação fitossanitária do Estado com relação ao Programa da mosca da carambola, visando propiciar à melhoria dos controles, do gerenciamento de riscos e da execução das ações de monitoramento e controle da Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola).
A auditoria teve início no dia 21 de junho com o detalhamento da dinâmica do trabalho. Após, as equipes foram distribuídas e percorreram diferentes regiões realizando inspeções físicas nos municípios onde a Adepará realiza ações referentes à instrução normativa Nº 28, de 20 de julho de 2017. A instrução estabelece os procedimentos operacionais para prevenção, contenção, supressão e erradicação da praga.
Durante o trabalho, as equipes do Mapa visitaram as unidades da Agência, aplicaram questionários, realizaram inspeções nos postos de fiscalização e verificaram armadilhas instaladas em locais estratégicos em oito municípios e no distrito de Monte Dourado, na divisa do Pará com o Amapá. Segundo a auditoria, ações como a fiscalização do trânsito agropecuário e a educação fitossanitária foram bem avaliadas.
De acordo com o auditor fiscal Jeferson Paes, coordenador do programa nacional de erradicação da mosca das frutas do Mapa, o trabalho realizado no Pará deve servir de modelo para outros estados.
“Esse é um projeto piloto. Nós viemos avaliar como estão as ações de monitoramento e controle, além da fiscalização do trânsito de frutos hospedeiros no Pará. No geral, nós fizemos uma boa avaliação do estado. A praga vem sendo contida porque as ações estão sendo feitas de forma contínua e frequente precisando de melhorias como realização de concurso público para a contratação de novos servidores e estruturação das barreiras fitossanitárias, além da presença de policiamento justamente para evitar a entrada de frutos do Amapá”, comentou o auditor fiscal.
Educação Fitossanitária
A intensificação das ações de educação fitossanitária nos portos, aeroportos, centrais de abastecimento, escolas e a mobilização da comunidade em municípios como Almeirim e o distrito de Monte Dourado, onde os técnicos da Adepará foram de porta em porta para sensibilizar a população, mereceram destaque. Em junho deste ano, foram realizadas 91 ações educativas só em Almeirim. Para a gerente de educação sanitária da Adepará, Karina Nunes, o trabalho pode ser considerado uma referência no país e envolve quase 50 servidores. ”Esse trabalho já é realizado há quase 10 anos pela Adepará sob coordenação da Engenheira Agrônoma Gabriela Cunha. Não ficamos restritos à imprensa, às escolas, vamos de porta em porta. Estamos conseguindo atingir até 90% do público que queremos alcançar. Quando aparece o foco intensificamos as ações no estado inteiro. Esse modelo está dando certo e receber um elogio do MAPA, referente ao nosso trabalho, é muito gratificante. Esse trabalho todo envolve não só a educação sanitária, mas os demais servidores da Adepará”, declarou.
Na avaliação do Mapa, as capacitações na área de defesa vegetal devem contribuir com a melhoria do programa em todo o Estado. “A nossa ideia é sempre fortalecer a fiscalização do trânsito agropecuário principalmente com fiscalizações direcionadas através de análises do nosso serviço de inteligência. É claro que os postos fixos de fiscalização nunca serão esquecidos porque estão localizados em pontos estratégicos por conta da atividade agropecuária em geral, mas sabemos que precisamos de mais capacitações voltadas para a defesa vegetal porque é uma demanda que tem sido constante e a gente pretende melhorar da forma que o ministério da agricultura preconiza”, disse o gerente de trânsito agropecuário, médico veterinário Paulo Bastos.
Melhoria na Defesa Vegetal
Para a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, Lucionila Pimentel, a reestruturação da agência e os investimentos que foram realizados atualmente refletem uma melhor atuação na execução dos programas estaduais de defesa agropecuária. “Essa gestão é uma diferenciada, Gestão realizada por servidores de carreira do órgão, nós temos o cuidado com o serviço prestado e com nossos Servidores, conseguimos implementar fluxo de processos céleres e transparentes dentro da instituição, melhoramos a infraestrutura do órgão, com a capilaridade que temos nos 144 municípios paraense, estamos melhorando e estruturando as Unidades Locais com veículos e equipamentos , o que reflete nos bons resultados dos serviços da Defesa Agropecuária nos diferentes programas sanitários e fitossanitários implementados. E no programa de Erradicação da Mosca da Carambola, não poderia ser diferente, atuamos monitorando os 144 municípios e mantendo sob controle oficial a área de foco restrita ao Distrito de Monte Dourado. Entendemos que a Auditoria veio pra acompanhar as atividades realizadas, identificar inconformidades e propor melhoria na estrutura e nas ações do programa; E nesta reunião de avaliação final tivemos a oportunidade de perceber os pontos a melhorar, bem como fomos avaliados como referência nacional no Serviço da Educação Fitossanitária para o programa da Mosca da Carambola “, disse a diretora.
O gerente do Programa de Erradicação da Mosca das Frutas (GPEMF) da Adepará, o engenheiro agrônomo Adalberto Tavares, ressaltou o desempenho das equipes da Adepará, que há 15 anos ajudam a manter a área de dispersão da praga por meio de ações de defesa sanitária. “Com certeza essa auditoria veio nortear e mostrar onde podemos avançar. Sempre acreditamos estar fazendo um bom trabalho, sempre estivemos empenhados em combater a mosca da carambola e essa auditoria veio realmente mostrar onde nós temos que melhorar, e um dos pontos positivos é a questão do comprometimento dos colegas de trabalho. Em lugar nenhum tem uma equipe tão boa e dedicada como a nossa”, destacou.
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